sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Distenção Politica

 Em 1978, o presidente Geisel revogou Al-5, coroando seu projeto de distenção política, processo que teve continuidade no governo Figueiredo. Geisel teve mérito de iniciar a desmontagem do Estado militar autoritário, as pressões exercidas por determinados órgãos da sociedade civil, as Igrejas.

 Esse processo foi a formação de um novo sindicalismo independente, livre de pelegos, mas ainda sujeito a censura e a repressão. Em 1977, uma denuncia de fraude na taxa de inflação de 1973, pelo ministro Dilfim Neto, os sindicados de São Paulo e da região do ABC exigiram a negociação direta dos acordos coletivos com os patrões.

 Os lideres sindicais eram presos e a greve, duramente reprimida pelos políticos policia. Grupos ligados a Igreja Católica, como a Comunidade Eclesial de Base, indicados, estudantes universitários e artistas, recolhiam donativos para as famílias dos operários grevistas.

Episódio da OAB

O Episódio da OAB no Rio de Janeiro
Em 1981, explodiram bombas no Rio-centro, comprovadamente ligadas aos militares linhas-duras.
Outro também foi :
O episódio Lyda Monteiro
Às 13h40 do dia 27 de agosto de 1980, a funcionária Lyda Monteiro da Silva, com mais de Lyda Monteiroquarenta anos de serviços prestados à OAB, foi fatalmente vitimada por um atentado a bomba, desconhecendo-se o autor do ato terrorista. O atentado, executado na forma de um envelope que chegara como correspondência destinada ao presidente do Conselho Federal, Eduardo Seabra Fagundes, ocorreu quando a Seccional de São Paulo e o presidente nacional da Ordem, na qualidade de delegado do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, insistiam na identificação de agentes e ex-agentes dos serviços de segurança suspeitos do atentado sofrido pelo jurista Dalmo Dallari - seqüestrado e agredido em 02 de julho de 1980, em São Paulo - que terminou arquivado. 

Anistia política e governos civis: uma nova república

O governo de Figueiredo foi marcado inicialmente por um certo crescimento, mas a custa de altas taxas de inflação e de aumento de constante da dívida externa. A partir de 1983, a crise financeira agravou-se sendo esse quadro até o fim do seu governo. Em 1979 a Lei de Anistia foi votada, não contemplando os presos envolvidos na luta armada, mas anistiava os torturadores do regime.Também 1979, o bipartidarismo foi abolido por emenda constitucional, assim surgindo alguns dos atuais partidos como: PMDB, PTB e PT. 

Fim da Ditadura Militar


O Fim da Ditadura Militar

Durante o governo Figueiredo, o Brasil mergulhou numa das mais graves crises econômicas e sua história. A inflação era muito alta, a dívida externa assombrosa e as dívidas públicas do governo muito maiores que sua arrecadação.
A sociedade canalizou seu enorme descontento para com o governo militar organizando uma gigantesca companha em favor das eleições diretas para presidente da República.
A Campanha pelas Diretas foi um dos maiores movimentos políticos-populares da nossa história. Nas ruas, nas praças, multidões entusiasmadas, reunidas em grandes comícios, gritavam o lema Diretas-já! e cantavam o Hino Nacional.
Entretanto, uma série de manobras de políticos impopulares, ligados à ditadura militar, impediu a realização das eleições diretas para presidente. O principal grupo que sabotou a emenda das diretas foi liderado pelo deputado paulista Paulo Maluf.
Contrariada a vontade do povo brasileiro, teve progressivamente o processo das eleições indiretas, criado pelo regime militar. Nesta fase, concorreram à presidência dois candidatos: Paulo Maluf e Tancredo Neves.
Paulo Maluf era o candidato oficial do PDS, o partido do governo. Entretanto, não contavam com o apoio afetivo das forças tradicionais que estavam no poder.
Tancredo Neves, governador de Minas Gerais, era o candidato de uma confusa aliança política (a Aliança Democrática) composta por ex-integrantes do PDS e membros do PMDB.
Em comício popular, Tancredo Neves apresentava-se como a alternativa concreta para que a sociedade brasileira alcançasse o fim do regime militar. Tancredo dizia que iria ao Colégio Eleitoral para acabar com ele e que sua eleição seria a última eleição indireta para presidente da República.
Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral reuniu-se em Brasília para escolher entre Tancredo e Maluf. O resultado da votação foi amplamente favorável a Tancredo Neves, que recebeu 480 votos contra 180 dados a Maluf e 26 abstenções.
Tancredo Neves não conseguiu tomar posse da presidência da República. Doze horas antes da solenidade de posse, foi internado e operado no Hospital de Base de Brasília com fortes dores abdominais. Depois foi transferido para o INCOR – Instituto do Coração, em São Paulo. A enfermidade evoluía de forma fatal. Tancredo morreu em 21 de abril de 1985. O país foi tomado de grande comoção, em face da morte de Tancredo e das esperanças de mudança nele depositadas.
O Vice-Presidente em exercício, José Sarney, assumiu de forma plena o comando da nação.

Redemocratização

- Na história do Brasil, dois processos ocorridos em períodos distintos recebem essa designação: o primeiro, culminado em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas, dando fim a uma ditadura iniciada com o golpe de 1937; no segundo, após o período ditatorial iniciado com o Golpe de 1964, o processo de redemocratização teve início no governo do general João Baptista Figueiredo, com a anistia aos acusados ou condenados por crimes políticos, processo perturbado pela chamada linha dura.
Em dezembro de 1979, o governo modificou a legislação partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo. A Arena transformou-se no Partido Democrático Social PDS, e o MDB acrescentou a palavra partido à sigla, tornando-se o PMDB. Outras agremiações foram criadas, como o Partido dos Trabalhadores PT e o Partido Democrático Trabalhista PDT, de esquerda, o Partido Popular PP e o Partido Trabalhista Brasileiro PTB, de centro-direita. Alguns partidos, como o Partido Comunista do Brasil ainda permaneceram proibidos.
Com o agravamento da crise econômica, inflação e recessão, os partidos de oposição ao regime cresceram; da mesma forma fortaleceram-se os sindicatos e as entidades de classe.
Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas "Diretas Já". A partir do governo Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, a crise econômica do país e as dificuldades do regime militar agravam-se. A alta do petróleo e das taxas de juros internacionais desequilibra o balanço brasileiro de pagamentos e eleva a inflação. Além disso, compromete o modelo de crescimento econômico, baseado em financiamentos externos. Apesar do encarecimento dos empréstimos e do crescimento acelerado da dívida externa, o governo não interrompe o ciclo de expansão econômica do começo dos anos 70 e mantém os programas oficiais e os incentivos aos projetos privados. Ainda assim, o desenvolvimento industrial é afetado e o desemprego aumenta.
Nesse quadro de dificuldades, o apoio da sociedade torna-se indispensável. Para consegui-lo, Geisel anuncia uma "distensão lenta, gradual e segura" do regime autoritário em direção à democracia. Entre 1980 e 1981, prisões de líderes sindicais da região do ABC paulista, entre eles Luís Inácio Lula da Silva presidente do recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT), atentados terroristas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no centro de convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro, revelam as grandes dificuldades da abertura. Ao mesmo tempo, começa a se formar um movimento suprapartidário em favor da aprovação da emenda constitucional, proposta pelo deputado federal mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelece a eleição direta para a Presidência da República. A campanha das Diretas Já espalha-se em grandes comícios, passeatas e manifestações por todo o país.
Em 25 de janeiro de 1984. O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade de São Paulo. Marcado para o dia do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para presidente foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. Participaram também diversos partidos políticos de oposição, além de lideranças sindicais, civis e estudantis. A expectativa era das mais tensas. O governo militar tentava minar o impacto do evento. O dia estava chuvoso. Aos poucos, a praça foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no centro da cidade.
Declarando apoio à emenda constitucional do deputado federal Dante de Oliveira que permitia a eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados em votação realizada em 25 de abril: não alcançou número mínimo de votos para ser aprovada.
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com José Sarney como vice-presidente, derrotando o candidato da situação, o deputado federal Paulo Maluf, por 480 a 180 votos e 26 abstenções. Tancredo, porém, foi internado em Brasília, um dia antes da cerimônia de posse. Foi submetido a várias cirurgias mas seu estado de saúde só se agravou. Até que, para grande pesar e comoção dos brasileiros, Tancredo faleceu em 21 de abril de 1985 em Cidade de São Paulo. Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março, dando fim a 21 anos de ditadura militar no Brasil. Mas a redemocratização só foi completa com a promulgação da Constituição de 88, a Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

cultura e contracultura:os anos rebeldes no Brasil

O final dos anos 1960 marcou uma reviravolta cultural no mundo ocindental e uma nova etapa nas relações internacionais.No Brasil, o clima de mudanças foi extinto com o AI-5, e acultura mergulhou na repreção.
No inicio dos anos de 1970 com o fim do milagre econômico e suas consequências econômicas veio também a crise política.A sociedade civil,o governo Carter no EUA e o movimento operário foram fatos que marcaram a evolução política do período.Aos poucos,o regime ditatorial foi cedendo e a normalidade democratica voltou.
A influência dos EUA eram tão grande que chegava a influênciar campos politico, econômicos,cultural e ate mesmo mesmo o modo de vida brasileira.





Bandeira da OPEP ( Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A organização aumentou o preço do petróleo em mais de 300% na sua crise.






O Brasil era governado, desde 1964, por um sistema militar, caracterizado pela repressão política, altos investimentos no crescimento industrial . No ápice da ditadura militar, no início da década de 1970, o Brasil passava por um período de milagre econômico, com taxas de crescimento anual do PIB beirando 8%, comandado por um governo centralizado, repressor e desenvolvimentista.
Entretanto, por causa de crises econômicas internacionais a partir de 1973 (crise do petróleo), o forte crescimento econômico brasileiro foi interrompido, e a pressão social passou a aumentar. Demandas da classe média por maiores liberdades, pelo fim da censura, pela anistia e pelo controle da inflação, foram desestabilizando o governo brasileiro até o fim da década. O governo passou a estruturar, então, uma lenta transmissão para a democracia. Iniciada pelo presidente Ernesto Geisel, em 1976, algumas liberdades foram devolvidas ao povo brasileiro, mas vagarosamente.
A ditadura militar no Brasil
Poor: Thaynara Tavares
E a Rede Globo, principal aliada da Ditadura, sempre lembrando ao povo miserável que "está tudo bem"... 
Poor: Thaynara Tavares

Governo do General Ernesto Geisel ( 1974 – 1979 )

   O novo general-presidente, Ernesto Geisel, assumiu o governo num momento difícil da economia do Brasil e do mundo, Para alimentar o crescimento, ele pediu emprestado aos banqueiros estrangeiros e tratou de emitir papel-moeda. A inflação começou a aumentar e a engolir salários. Era o fim do “milagre econômico”. Agora, a insatisfação crescia. Isso ficava claro com o aumento de votos do MDB. Geisel percebeu que a ditadura estava chegando ao fim de sua vida útil. O jeito era acabar com o regime mas manter as coisas sob controle. Com ele, começaria a “distensão lenta e gradual”.



Gabriela Cavalcanti


 Estado Novo Durante a ditadura militar que se seguiu ao golpe militar de 1926, a Constituição de 1911 vigoraria apenas em teoria, tendo sido alterada por sucessivos decretos governamentais. Sendo, no entanto, uma das bandeiras deste golpe o anti-parlamentarismo, depressa se compreenderá que entre 1926 e 1935 - data do início da primeira legislatura da Assembleia Nacional do Estado Novo - a ideia de Parlamento, enquanto órgão de soberania, não conste das prioridades políticas do poder.
Gabriela Cavalcanti

Comando Militar: Exércitos

  • I Exército, general Armando de Moraes âncora - Rio de Janeiro (sede), Minas Gerais e Espírito Santo
  • II Exército, general Amaury Kruel - São Paulo (sede) e Mato Grosso
  • III Exército, general Benjamim Rodrigues Galhardo (substituído no dia 1 de abril pelo general Ladário Pereira Teles, janguista) - Rio Grande do Sul (sede em Porto Alegre), Santa Catarina e Paraná
  • IV Exército, general Justino Alves Bastos - Com sede em Recife, todos os estados nordestinos.

Principais Movimentos da Esquerda


  •          Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964
  •          Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
  •          Pacto de Unidade e Ação (PUA) - ­aliança intersindical
  •          União Nacional dos Estudantes (UNE)
  •          Ação Popular (católicos de esquerda)
  •          Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb) - reunindo intelectuais de esquerda
  •          Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola
  •          União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil
  •          Ligas camponesas

Torturas


Cadeira do dragão

Os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques.
Pau-de-arara

É uma das mais antigas formas de tortura usadas no Brasil - já existia nos tempos da escravidão. Com uma barra de ferro atravessada entre os punhos e os joelhos, o preso ficava pelado, amarrado e pendurado a cerca de 20 centímetros do chão. Nessa posição que causa dores atrozes no corpo, o preso sofria com choques, pancadas e queimaduras com cigarros.
Choques elétricos

As máquinas usadas nessa tortura eram chamadas de "pimentinha" ou "maricota". Elas geravam choques que aumentavam quando a manivela era girada rapidamente pelo torturador. A descarga elétrica causava queimaduras e convulsões - muitas vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua.
Espancamentos

Vários tipos de agressões físicas eram combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis era o popular "telefone". Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.

Soro da verdade

O tal soro é o pentotal sódico, uma droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as barreiras inibitórias. Sob seu efeito, a pessoa poderia falar coisas que normalmente não contaria - daí o nome "soro da verdade" e seu uso na busca de informações dos presos. Mas seu efeito é pouco confiável e a droga pode até matar.
Afogamentos

Os torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água, forçando sua nuca para baixo até o limite do afogamento.
Geladeira

Os presos ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na "geladeira" por vários dias, sem água ou comida.

Governo Castello Branco (1964-1967)


Castello Branco - BRESCOLA
Castello Branco foi o primeiro presidente do Brasil durante o Regime Militar, ele foi eleito pelo congresso dia 15 de abril de 1964. Em seu primeiro pronunciamento afirmou defender a democracia, mas quando começa o seu governo, assume uma posição autoritária. Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de acabar com os partidos políticos.
Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, as pessoas tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar Quando ele estava poder, foi instituído o bipartidarismo, ou seja, só estavam autorizados o funcionamento de dois partidos: Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). O governo Castello Branco terminou em 1967 com uma nova constituição aprovado no mesmo ano, confirmava e institucionalizava o regime militar e suas formas de atuação.

Governo Costa e Silva (1967-1969)



Presidente Costa e Silva
Em 1967 assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva. Seu governo é marcado pelo aumento da oposição ao regime militar, protestos e manifestações. Uma das maiores delas foi a Passeata dos Cem Mil, organizada pela UNE (União Nacional dos Estudantes).  Em 1967 foi o ano marcado pela organização da guerrilha urbana, formada por jovens idealistas de esquerda, assaltam bancos e sequestram embaixadores para obterem fundos para o movimento de oposição armada. Dia 13 de Dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 ( AI-5 ). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial.


Passeata dos cem mil em 1968.